Roque Antônio Mattei divide seu tempo entre funções bastante desafiadoras: é Dirigente Municipal de Educação de Joinville, a cidade mais populosa de Santa Catarina, presidente da Undime no estado de Santa Catarina e vice-presidente da Undime. Por muitos anos esteve ligado a atividades sociais e ao trabalho na universidade. A seguir, conheça sua trajetória e os desafios que o aguardam.
Leia também as entrevistas realizadas com os presidentes da Undime das cinco regiões do país: Nordeste, Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
Conviva - Quais os marcos de sua trajetória profissional?
Roque - Sou licenciado em Matemática e fiz especialização em Gestão Empresarial. Já fui professor, diretor e tive vários cargos na universidade UniSociesc. Sou conselheiro do Conselho Estadual de Educação e participei de diversas associações, buscando ter forte atuação na comunidade. Fui eleito Vereador por Joinville em 2016.
Conviva - E como está sendo seu percurso como Dirigente Municipal de Educação em Joinville?
Roque - Estou no segundo mandato como secretário de educação no meu município. São mais de 67 mil estudantes atendidos em 69 Centros de Educação Infantil, 8 Centros de Educação Profissional e 85 escolas. Ao lado do Prefeito e alinhado com outras secretarias, elaboramos um planejamento de 30 anos para a cidade e temos procurado dar continuidade a ele. Na educação, temos como foco a melhoria do Ideb, a estruturação da educação integral, o atendimento de qualidade na educação infantil, a melhoria de infraestrutura, a incorporação de tecnologias educacionais e a capacitação profissional. Nosso olhar está firme no Plano Municipal de Educação (PME) e na implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Temos um projeto de cidade, de longo prazo, e que pretende perpassar os mandatos.
Conviva - Qual o cenário dos municípios de Santa Catarina, de acordo com seu olhar como presidente da Undime no estado?
Roque - Desde 2014 comecei minha relação com a Undime, na época como conselheiro. Como presidente no estado, noto como está cada vez mais complexo fazer a gestão do município, não importa o tamanho da rede. O dirigente e sua equipe têm muitos compromissos, como os de prestação de contas, e precisam muito de tecnologia e de capacitação para lidar com ela. O mundo está se movimentando em grande velocidade, e a educação e as pessoas envolvidas com ela precisam acompanhar isso, sendo constantemente formadas. Por isso, procuramos apoiar a gestão de educação.
O foco no estado é o trabalho com a primeira infância, com desafios na universalização dos pequenos entre 4 e 5 anos e no aumento do atendimento das crianças de até 3 anos. Também atentamos às outras metas estabelecidas nos PME e na implementação da BNCC.
Conviva - Como você enxerga o momento atual na educação brasileira e o trabalho da Undime?
Roque - Estamos em um momento importante, de discussão da questão curricular e de formação dos profissionais. A oportunidade para a Undime acompanhar esses processos é única. Também é essencial a tarefa de colaborar neste cenário que apresenta dificuldades de recursos, de resistências para a implementação de propostas e falta de compromisso político. Não podemos deixar que as oportunidades passem por nós sem fazer nada. A Undime tem grande responsabilidade porque os municípios representam mais da metade do atendimento na educação básica.
Conviva - Como aproveitar os aprendizados obtidos com a educação de Joinville com outros municípios?
Roque - As boas experiências – não só as de Joinville, mas de tantas outras redes – devem ser compartilhadas entre os municípios e também entre os estados, nas diversas regiões do Brasil. Em todos os cantos do país temos um alto padrão de desenvolvimento e uma caminhada diferenciada que pode inspirar aos demais.