Marli Regina Fernandes da Silva trabalha com educação há 32 anos e, segundo diz, considera que estar está à frente da Autarquia Municipal de Educação de Apucarana (PR) desde 2014 é um prêmio na sua carreira. No Fórum Estadual em abril de 2017 foi eleita presidente da Undime/PR, e durante o 16° Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, em agosto de 2017, foi eleita presidente da Undime Região Sul até 2019. Até lá, serão três estados sob sua responsabilidade – Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A seguir, conheça sua trajetória e os desafios que a aguardam.
Se desejar, leia nos links a seguir as entrevistas realizadas com os presidentes da Undime de outras regiões do país: Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Sudeste.
Conviva - Quais os destaques de sua trajetória profissional?
Marli - Tenho 32 anos de carreira na educação. Sou graduada em Pedagogia com especializações em Filosofia, Tecnologias da Educação e Gestão Pública, e Mestrado em Educação. Na minha trajetória profissional, já ocupei diversos cargos nas escolas de educação básica, como diretora, professora de didática e de prática de ensino, e no ensino superior fui tutora de educação a distância, professora e coordenadora do curso de Pedagogia. Meu foco sempre foi a formação de educadores. É minha primeira vez como presidente da Undime Paraná e da Undime Região Sul. Desde 2014 sou Dirigente Municipal de Educação de Apucarana (PR). Ser dirigente é um prêmio na minha carreira!
Conviva - Quais os focos do trabalho na Autarquia Municipal de Educação de Apucarana (PR)?
Marli – Há cerca de 800 professores na rede. Tenho grande afinidade com o grupo de educadores e aceitabilidade das propostas feitas – grande parte deles foram meus alunos nos cursos em que trabalhei ao longo do tempo. A formação continuada é um assunto caro em nossa gestão e tem como foco fortalecer o ensino dos conteúdos indicados no currículo do município, que foi construído coletivamente e implementado em 2014, e também propor palestras que façam as professoras refletir sobre educação. Buscamos ações que constroem aprendizado em sala de aula, então a formação procura ter olhar para as necessidades reais do trabalho. Já em 2013, com o apoio do prefeito, começamos as primeiras formações continuadas em nível de especialização na faculdade em nosso município para aperfeiçoar as funções de diretor e coordenador pedagógico. Temos atenção, também, para realizar uma transição com as escolas estaduais no 5º ano, para onde as crianças seguem depois de ter cursado os anos iniciais na rede municipal.
Conviva – Em que é preciso avançar?
Marli - Nossa rede tem cerca de 11.500 alunos e um Ideb nota 7. Atendemos 100% das crianças de 4 e 5 desde 2014, e não há lista de espera para os pequenos de 0 a 3 anos, que são atendidos em período integral. Em 32 das 36 escolas de pré I, pré II e 1° ao 5° ano, as aulas também são em período integral.
Nossa maior dificuldade é garantir o cumprimento dos custos: 90% das escolas são de período integral e não existe ainda uma política de financiamento adequada para este formato. Além disso, o número de professores precisa ser compatível ao atendimento. Pretendemos colaborar com o avanço de questões sociais que podem estar ao nosso alcance e superar essas dificuldades existentes.
Conviva - De que forma a Undime Região Sul pretende trabalhar com a educação dos municípios dos três estados?
Marli – Procuramos aproximar os prefeitos e secretários para que acompanhem o nosso trabalho na Undime e conheçam os programas em nível estadual e federal que favorecem as redes. Temos criado grupos de trabalho e feito fóruns descentralizados para tirar dúvidas das secretarias, além de levar conhecimento e assessoria jurídica. Também está prevista a capacitação dos dirigentes paranaenses em parceria com o estado. E, ainda, uma formação pelo MEC, o Programa GEM (Gestão para Educação Municipal), com o objetivo de formação para os dirigentes municipais e equipes técnicas das secretarias municipais de educação.