Em 2017, Bartolomeu Moura Junior assumiu pela segunda vez a Secretaria Municipal de Educação de Palmeirópolis (TO), tendo papel fundamental na gestão da rede de cerca de 1.300 estudantes. No mês de abril do mesmo ano foi eleito presidente da Undime Tocantins e, em agosto, foi eleito Presidente da Undime Região Norte, durante o 16° Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação. Até 2019, ele terá como responsabilidade, dentre outras funções, representar os sete estados de sua região – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins – nas instâncias de decisão em nível nacional para as quais a Undime é convocada, e integrar a diretoria executiva da Undime (veja seu vídeo de incentivo para o trabalho dos municípios).
A seguir, conheça sua trajetória e os desafios que o aguardam.
E se desejar, leia nos links a seguir as entrevistas realizadas com os presidentes da Undime de outras regiões do país: Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Sudeste.
Conviva – Qual o contexto da educação na rede de Palmeirópolis, no Tocantins, em que é Dirigente Municipal?
Bartolomeu – Palmeirópolis está localizada no sul do estado, na divisa com Goiás. Assim como outros municípios, principalmente da região Norte, temos grandes desafios em relação ao transporte escolar. Aqui, a movimentação dos estudantes é feita por via terrestre, e nos períodos de chuvas intensas algumas rotas ficam intransitáveis, prejudicando o acesso das crianças de zona rural até o centro, onde estão as instituições de ensino. Enfrentar essa questão é difícil, visto que é estrutural. Vai além das questões de sala de aula.
Um avanço do qual nos orgulhamos muito é quanto ao atendimento da educação infantil: 100% das crianças de 4 e 5 anos estão na escola e todas as famílias com crianças de até 3 anos encontram vagas nas creches, em qualquer período do ano. Aumentamos muito as vagas nos últimos anos: em 2013 eram cerca de 650 matriculados. Hoje, são 1300 entre educação infantil e ensino fundamental, de 1 a 5 anos. Para isso, tivemos que aproveitar espaços ociosos e investir na infraestrutura.
Conviva – A região Norte tem território vasto e baixa densidade demográfica. Quais os desafios da educação nos municípios que a compõe?
Bartolomeu – Em uma região bastante ocupada por rios e com períodos de seca e de cheia das águas, o transporte fluvial é uma questão bastante comum a muitos municípios. Há relatos de crianças que precisam passar 4 horas em um barco para chegar à escola! Os problemas são muito complexos, seja nas estradas, nos ônibus ou barcos, nos condutores ou nas rotas.
Além da questão do deslocamento, temos clara a necessidade de proporcionar uma educação pública de qualidade, sem distinção de raça, cor, credo, respeitando cada cidadão. Devemos fazer de tudo para que cada estudante tenha a melhor experiência na educação que ele pode ter.
Conviva – De que forma a Undime se organiza para dialogar com os Dirigentes Municipais desses sete estados?
Bartolomeu – Temos reuniões eventuais, promovidas pela Undime (nacional) e trocamos muitas informações utilizando a tecnologia, seja por e-mail, telefone e, principalmente, Whatsapp. É bastante complexa a responsabilidade de articular e atender a todos. Apenas no Tocantins, são 139 municípios e um quadro bastante reduzido da Undime/ TO para atendê-los.
Conviva – Além de sua função como Dirigente Municipal e Presidente da Undime da Região Norte, quais suas outras experiências profissionais?
Bartolomeu – Assumi em 2013 como Dirigente Municipal de Educação de Palmeirópolis e atualmente estou no segundo mandato. Em 2017, assumi também a presidência da Undime Tocantins e da Undime Região Norte. Antes disso, na educação, já fui professor de Matemática, Diretor do ensino médio, Diretor Administrativo e Financeiro de escola, coordenador do ENEM e de um Instituto Federal de Ensino a Distância. Com a promulgação Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) Lei nº 9394/ 1996, o estado oportunizou qualificação aos professores. Em 2002, concluí o curso superior de licenciatura em Matemática e passei a me dedicar mais amplamente à educação. Apesar da experiência em gestão escolar, quando assumi a gestão da educação pública municipal enfrentei muitos desafios e levei pelo menos um ano para conseguir me organizar.