Evento aconteceu em Brasília e reuniu coordenadores operacionais da estratégia nos estados e coordenadores institucionais da Undime. Segundo dados atualizados, 21 estados e 3.583 municípios são adesos à Busca Ativa Escolar
A capital federal recebeu, nos dias 7 e 8 de novembro, os coordenadores operacionais da Busca Ativa Escolar nos estados e os coordenadores institucionais da Undime para um encontro da estratégia. A iniciativa foi uma realização da Undime e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) cujo objetivo foi criar um momento para proporcionar a esse público ações de formação, troca de experiências e fortalecimento do regime de colaboração.
A abertura oficial contou com a participação da presidente da Undime Maranhão e Dirigente Municipal de Educação de Açailândia/MA, Karla Nascimento; da chefe da área de Educação do UNICEF Brasil, Mônica Pinto; e das oficiais de Educação do UNICEF Brasil, Julia Ribeiro, Daniella Rocha e Daniella Aranha.
Na ocasião, a representante da Undime reforçou que a estratégia Busca Ativa Escolar vem para mostrar que o diálogo intersetorial é essencial para a garantia de direitos às crianças e adolescentes. "Nós tínhamos uma certa dificuldade em relação ao diálogo intersetorial, nós ficávamos muito presos, cada um nas suas secretarias, com os seus problemas e como se aquele aluno, ele fosse um aluno que só a Educação poderia, de fato, ter todas essas respostas. Então, vejo um papel muito forte nosso enquanto dirigentes municipais de educação tendo essa articulação com a Undime, esse formato de mobilização, de engajamento".
Karla lembrou ainda que, em função das eleições municipais, 2025 será um ano de muitas mudanças. "Sabemos que esse ano é um ano de transição. No estado do Maranhão, por exemplo, em 40% das redes vai ter mudanças, inclusive para os gestores e o convite que a gente faz é no sentido de fortalecer cada vez mais o regime de colaboração".
Dessa forma, a presidente da Undime Maranhão reiterou que o papel dos dirigentes municipais de educação é "fortalecer cada vez mais o diálogo, entender que as políticas municipais precisam estar integradas, precisam garantir o conhecimento e esse conhecimento para os nossos alunos, para os nossos jovens, a gente não vai conseguir fazer isso estando distante das redes estaduais, dos programas federais. Os entes municipais têm muitas fragilidades e nós precisamos nos fortalecer para que a gente possa apoiar cada uma dessas crianças que nós atendemos", disse Karla.
Mônica Pinto, do UNICEF, iniciou a fala fazendo um convite para que ao longo do encontro os participantes pudessem dividir os desafios e as boas práticas para poder, a partir de 2025, de fato trazer para o país juntamente a todos os programas nacionais, estaduais e municipais um resultado melhor no que se refere à educação. "O conhecimento construído coletivamente é muito mais poderoso. A Undime e o Consed estão aqui e tenho a certeza de que institucionalmente esse é o nosso desejo".
Na quinta-feira (7), a programação contemplou, pela manhã, a apresentação da estrutura e organograma da Busca Ativa Escolar no Estado. Depois foi realizada uma conversa sobre intersetorialidade e outra sobre regime de colaboração. A readesão dos municípios e capacitação das equipes técnicas também foi ponto de pauta.
À tarde, houve uma conversa sobre a integração da Busca Ativa Escolar com programas de transferência de renda do governo. Na sequência, a proposta foi fazer um exercício em grupo sobre fluxo dos casos. Para finalizar o dia, houve uma uma avaliação formativa da estratégia Busca Ativa Escolar.
A manhã da sexta-feira (8) iniciou com uma apresentação da estratégia 1 Milhão de Oportunidades, liderada pelo UNICEF e instituições parceiras com o objetivo de abrir portas para os jovens, conectando-os com oportunidades no mercado de trabalho, educação e desenvolvimento pessoal. Na sequência, o período da manhã foi dedicado a explicações práticas sobre o funcionamento da plataforma, como por exemplo, trazer o fluxo e o registro de casos.
À tarde, foi realizada uma conversa sobre a Busca Ativa Escolar e a intersecção com violências. Na oportunidade, foi apresentado, em primeira mão, o Caderno Central “Exclusão escolar e violências contra crianças e adolescentes: como agir a partir da estratégia Busca Ativa Escolar”. O documento contribuiu na identificação, abordagem consciente do que tem que ser feito, como tem que abordar, acolher, informar e comunicar esses casos, com base na Lei da Escuta Protegida, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência.
Para encerrar, os participantes bateram um papo sobre os próximos passos, ações e encaminhamentos que surgiram a partir do Encontro, para a melhoria da Busca Ativa Escolar.
Sobre a Busca Ativa Escolar
A Busca Ativa Escolar é uma estratégia composta por uma metodologia social e uma ferramenta tecnológica disponibilizadas gratuitamente para estados e municípios. Ela foi desenvolvida pelo UNICEF, em parceria com a Undime e com apoio do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
A intenção é apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Por meio da Busca Ativa Escolar, municípios e estados têm dados concretos que possibilitarão planejar, desenvolver e implementar políticas públicas que contribuam para a garantia de direitos de meninas e meninos.
A Busca Ativa Escolar reúne representantes de diferentes áreas – Educação, Saúde, Assistência Social, Planejamento etc, fortalecendo, dessa forma, a rede de proteção. Cada secretaria e profissional tem um papel específico, que vai desde a identificação de uma criança ou adolescente fora da escola ou em risco de abandono, até a tomada das providências necessárias para seu atendimento nos diversos serviços públicos, sua (re)matrícula e sua permanência na escola.
Atualmente 21 estados e 3.583 municípios são adesos à Busca Ativa Escolar.
Fonte/Fotos: Undime