Em audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) nesta terça-feira, educadores defenderam que, além de aumentar salários e melhorar o ambiente escolar, é preciso aperfeiçoar a formação dos professores.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), 70% dos docentes que fazem Pedagogia têm nota abaixo da média do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Baseados em estatísticas como esta, os especialistas em educação afirmaram que a carreira docente está longe de atrair os melhores profissionais. Menos de 30% dos alunos que fazem Pedagogia ou Licenciatura escolhem a docência como principal ocupação.
Durante o debate na CE, Evilen Campos, representando o Ministério da Educação, afirmou que a Política Nacional de Formação de Professores, ao criar 190 mil Bolsas de Iniciação à Docência, trouxe vantagens para o atual modelo.
— [Trouxe] mais flexibilidade e autonomia ao processo de desenvolvimento dos profissionais — defendeu Evilen.
Caroline Tavares da Silva, do Movimento Todos pela Educação, alertou que não basta formar professores sem melhorar a infraestrutura educacional.
— O professor precisa tanto dar aula em muitos lugares para complementar o seu salário no final do mês que, se a gente não olhar o todo, vai ser muito difícil conseguir mudanças sistêmicas e estruturantes na profissão do professor, afirmou.
Avaliação
A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) defendeu a avaliação de cursos e professores como ferramenta fundamental para melhoria do ensino.
— Nós temos que fazer com os recursos da educação não só sejam aumentados na medida em que nós podemos lutar para que isso aconteça, mas que também esses recursos seja usados com parcimônia, com responsabilidade. E para isto, nada melhor do que a avaliação.
Apesar dos cortes orçamentários, as despesas do governo federal com educação em 2017 ultrapassaram os R$ 84 bilhões.
Fonte: Agência Senado