Para ilustrar histórias exemplares com atuação de professores em salas de aula, o Instituto Península e o Ministério da Educação criaram o projeto Banco de Práticas Inspiradoras, com a seleção inicial de 30 casos vinculados às dez competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O material compreende, entre outras atribuições, a resolução de conflitos, o estímulo ao uso de tecnologia e diferentes linguagens e a valorização da diversidade.
Os relatos de professores da rede pública de todo o Brasil, finalistas do Prêmio Professores do Brasil 2017, estão registrados na Plataforma MEC de Recursos Educacionais Digitais, no formato de artigo e vídeo, para ajudar os professores na implementação da Base em suas realidades. O objetivo de compartilhar essas atitudes também é promover uma reflexão mais ampla sobre o papel dos professores de todo o país e incentivá-los a desenvolverem práticas que promovam mudanças significativas com soluções simples, mas possíveis, mesmo que em cenários complexos.
O Banco de Práticas Inspiradoras pretende reunir para reconhecer, valorizar e disseminar os projetos e ações desses professores. "Temos professores por todo o país desbravando práticas que, além de potencializar a aprendizagem, transformam a vida dos alunos e de suas comunidades", ressalta o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares da Silva.
Aprendizado – “Buscamos exemplificar com ideias criativas como o papel do professor faz a diferença quando ele promove uma atividade envolvendo os alunos para estudar ou solucionar um problema do dia a dia”, explica a diretora do Instituto Península, Heloisa Morel. “Não é um plano de aula, mas um conjunto de práticas aplicadas na rede pública de ensino para os docentes se inspirarem”.
O Banco de Práticas Inspiradoras reúne histórias sobre como lidar com relações étnico-raciais, conservação de patrimônio por meio da arte, musicalização, entre outros exemplos. Todas essas histórias são alinhadas ao conteúdo formal trabalhado no período, mas com abordagem que estimula o aluno a refletir de maneira ampla e criativa, o que dá mais sentido ao aprendizado.
É o caso do professor José Helio Pereira, que, com um problema de seca recorrente em Desterro, interior da Paraíba, criou o programa Ciência da moringa com alunos do quatro e quinto anos do ensino fundamental. No intuito de mostrar como limpar a água encanada que chegava barrenta às casas, ele recorreu à abordagem científica para engajar os alunos a investigar causas, elaborar hipóteses e criar soluções com base no conhecimento interdisciplinar. As atividades despertaram curiosidade de estudantes e pais, o que aumentou o interesse dos alunos pelas disciplinas e melhorou leitura, escrita e ferramentas de pesquisa.
Já o professor de educação física João Paulo Vicente da Silva, do Rio Grande do Norte, usa o esporte paraolímpico para transformar a realidade de um estudante com paralisia cerebral e inseri-lo no processo pedagógico. Com horas-aula semanais de educação física da turma e treinos extras de bocha adaptada, o aluno conquistou medalha de terceiro lugar na modalidade nos Jogos Abertos Paralímpicos de seu estado. Além da conquista esportiva, os objetivos alcançados foram ganho de autonomia e sociabilidade e confiança para tomar decisões com base em princípios inclusivos e solidários, envolvendo os colegas de classe e a comunidade escolar.
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