Debate aconteceu no âmbito do IX Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância
A presidente da Undime Paraná, Márcia Aparecida Baldini, Dirigente Municipal de Educação de Cascavel/PR, participou na manhã desta quinta-feira (7) do IX Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância. O evento é uma iniciativa do Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) e aconteceu nos dias 6 e 7 de outubro.
As repercussões da pandemia nas crianças, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social, requer múltiplos esforços. Diante disso, o objetivo do evento foi oferecer um espaço de inspiração, debate e provocações com especialistas de referência no Brasil e no mundo para conectar gestores públicos e lideranças às últimas evidências científicas sobre o desenvolvimento na primeira infância.
O impacto da educação infantil na pandemia foi o grande tema debatido no painel "A Importância da educação infantil para as crianças e suas famílias". Mediado por Beatriz Abuchaim, gerente de Relações Institucionais e Governamentais da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, o debate contou com a apresentação de dados do estudo "O impacto da pandemia da covid-19 no aprendizado e bem-estar das crianças", apresentado por Tiago Bartholo, professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Segundo a pesquisa, 19% das crianças entrevistadas estavam no grupo de risco de saúde mental, ou seja, precisavam de um acompanhamento profissional de um psicólogo. Crianças que passaram mais de 4 horas diárias em frente as telas tinham maior probabilidade de estarem no grupo de risco.
A representante da Undime reforçou a ideia de que a escola é lugar de socialização, brincadeira, cuidado e interação com o outro e que ainda há redes que não se organizaram para a volta e que muitas famílias ainda têm medo do retorno presencial. “É necessário um diálogo mais constante com as famílias nesse momento. É necessário trazer segurança, destacando normas sanitárias e de biossegurança”, afirmou Márcia.
O professor Paulo Fochi, da Universidade do Vale do Rio Sinos, lembrou que acesso à educação é direito da criança e dever do estado, e que apesar dos esforços, mais de 60% dos bebês e crianças pequenas não têm acesso à creche no Brasil sendo que apenas 29% das crianças mais pobres tem acesso à creche. “É preciso que não se abandone nenhuma criança. É necessário articulação com outros setores para garantir seu atendimento”, completou Fochi.
Para Mercedes Mayol Lassalle, presidente Global da Organização Mundial para Educação Pré-Escolar (OMEP), é necessário que as crianças pequenas e as famílias sejam prioridade na criação de respostas e planos de recuperação na educação infantil.
Fonte: Undime com informações da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal
Foto: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal