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Acesso à internet foi maior dificuldade da rede pública em 2020

12/03/2021 | Galileu

Estudo com quase 70% das secretarias de educação do país aponta que material impresso e orientações via WhatsApp foram os recursos mais utilizados durante o ensino remoto

Ao sinal dos primeiros casos de Covid-19 no Brasil, no final de fevereiro de 2020, alunos e professores tiveram que substituir a sala de aula pela própria casa e trocar a lousa por telas de computador ou de celular. Acontece que, num país tão desigual, essa troca contribuiu para aprofundar ainda mais as dificuldades de alunos e professores, principalmente os da rede pública de ensino.

Com objetivo de analisar os principais desafios enfrentados pelas escolas no ano passado e identificar quais são os planos para 2021, a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) realizou uma pesquisa em 3.672 cidades brasileiras, o que representa quase 67% dos municípios do país.

O estudo, apoiado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Itaú Social, coletou dados das Secretarias Municipais de Educação entre 29 de janeiro e 21 de fevereiro deste ano. O levantamento abrange cerca dois terços dos estudantes das redes municipais do Brasil.

Obstáculos da pandemia

Para 69,8% dos respondentes, o ano letivo de 2020 foi concluído até dezembro. No caso de 22,9%, o calendário foi reorganizado para 2021 e, para 7,2%, essa reestruturação ainda está em curso. Entre as redes que seguiram as datas de 2020, 91,9% contaram apenas com atividades educacionais remotas, enquanto as outras 8,1% utilizaram o ensino híbrido, que inclui tarefas presenciais e não presenciais.

Para manter as escolas funcionando a distância, o material impresso e as orientações enviadas por WhatsApp foram os dois grandes aliados dos professores: 95,3% das redes municipais adotaram recursos impressos e 92,9% fizeram uso do aplicativo de mensagem. Videoaulas gravadas, orientações via aplicativos — como Zoom, Meet, Teams e Hangouts —, plataformas educacionais e videoaulas ao vivo também foram recursos utilizados.

A pesquisa revela que os aplicativos mais especializados e as plataformas pedagógicas foram implementados majoritariamente em municípios maiores. "As redes com maior capacidade de financiamento conseguiram oferecer mais plataformas estruturadas. Quem não tem essa possibilidade, se limitou a fazer com o que podia", comentou Luiz Miguel Garcia, presidente da Undime, em coletiva de imprensa virtual nesta quarta-feira (10). Além disso, para quase 60% das redes, a participação dos alunos nas atividades remotas foi superior a 75%. No caso de 5% dos respondentes, o máximo de participação foi de 25%.

Volta às aulas em 2021

O planejamento de 63,3% das redes municipais consistia em iniciar o ano letivo de 2021 remotamente. A intenção de 26,3% era começar de forma híbrida e, para 3,8%, o plano era adotar as atividades presenciais — as outras 6,6% ainda não definiram. Na maioria dos municípios, as aulas estão sendo retomadas entre janeiro e março.

 

Fonte: Galileu
Foto: Divulgação/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
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