Documento pode servir de base para a construção da Política Nacional de Formação de Professores
A Undime foi convidada pelo Conselho Nacional de Educação para participar da reunião da Comissão Bicameral que trata da Formação Inicial e Continuada de Professores. Na oportunidade, esteve representada pela Dirigente Municipal de Educação de Maceió/ AL, Ana Dayse Rezende Dorea, que integra o GT de Formação Docente pela Undime, e pelo Conselheiro da Câmara de Educação Básica Alessio Costa Lima, Dirigente Municipal de Educação de Alto Santo/ CE e Presidente da Undime Região Nordeste.
Também participaram da reunião os Conselheiros das Câmaras de Educação Básica e Superior do CNE, representantes do Consed, Movimento Profissão Docente, Capes e das Secretarias de Alfabetização e de Educação Básica do Ministério da Educação.
Durante a reunião, conduzida pela Presidente da Comissão Conselheira Maria Helena Guimarães de Castro, foi apresentado o documento “Referenciais profissionais docentes para formação continuada” desenvolvido pelo Consed, Undime e MEC, com apoio da Fundação Carlos Chagas e do Movimento Profissão Docente.
O documento tem intuito de explicar o que os professores devem saber, o que precisam ser capazes de fazer e como atuar para a garantia da aprendizagem. Foi construído em encontros presenciais com representantes da Undime e Consed e enriquecido a partir de pesquisas de campo ouvindo os alunos, professores, entidades de classe, sindicatos, e universidades. A partir de escutas, todo o material foi sistematizado e avançou para os referenciais que podem servir de base para subsidiar a criação da Política Nacional de Formação de Professores, pelo MEC.
O documento se apresenta como um norteador para políticas docentes de formação continuada nas redes de ensino, promovendo o desenvolvimento profissional e aprimoramento da formação como um todo, tanto para quem está saindo da graduação quanto para aqueles professores com maior experiência.
"Precisamos nos preocupar em trabalhar a formação inicial e continuada de forma integrada. A gente tem a formação inicial que vem das nossas universidades e a nós, nos municípios, a responsabilidade pela educação continuada. Isso precisa estar muito integrado, porque a gente precisa implementar da melhor forma possível a política nacional de formação docente", explica a professora Ana Dayse.
A professora lembrou que a educação precisa acontecer na ponta. “É preciso investir na criação de uma formação inicial e continuada sólida, de qualidade para nossos docentes, ao exemplo do que aconteceu na criação do SUS. Na ocasião foi preciso mudar o marco referencial para a área da saúde, com grande um esforço também das universidades”.
O Conselheiro Alessio Costa Lima e Presidente da Undime Região Nordeste ressaltou a importância do trabalho protagonista do Consed e Undime na inversão do processo da formação continuada, visto que antes a discussão era centrada quase que exclusivamente na academia e tinha as redes como clientes que adquiriam esses serviços, e que muitas vezes não atendiam as reais necessidades das redes de ensino. “Ele vai dar um novo olhar, uma mudança de rumo nessa questão da formação continuada, dando mais sentido a essa formação e, principalmente, o que a gente precisa para criar esse novo professor. O grande desafio é pensar qual é o professor que nós queremos e qual é a educação que nós queremos?", indaga Alessio.
Mozart Neves Ramos, Relator da Comissão, apresentou uma proposta de calendário de discussão da Base Nacional Comum para Formação Continuada e a previsão é que seja aprovada pelo CNE ainda no primeiro semestre de 2020. A agenda também prevê reuniões setoriais e audiência pública.
Título original: Undime e Consed apresentam ao CNE proposta de referencial para formação docente
Fonte: Undime