Diversidade na educação pública e primeira infância foram discutidos na manhã desta quinta-feira (18)
Diversidade, inclusão e igualdade foram alguns dos temas abordados na manhã de quinta-feira (18), terceiro dia do 9º Fórum Nacional Extraordinário da Undime. Durante a abertura da mesa redonda Diferentes Diferenças na educação pública municipal, o presidente da Undime Bahia, Raimundo Pereira Gonçalves Filho, Dirigente Municipal de Educação de Itaparica/ BA, afirmou que “é preciso saber incluir na educação” e que debater a inclusão nas redes públicas de ensino é algo “produtivo e transformador”.
O debate abordou questões relacionadas à Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena e Educação Quilombola.
Participaram da discussão André Lázaro, diretor de Políticas Públicas da Fundação Santillana; Liliane Garcez, especialista em políticas públicas educacionais na perspectiva da inclusão; Clarice Santos, membro da Coordenação do Fórum Nacional de Educação do Campo (Fonec); Antônio João Mendes (Antônio Crioulo), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Quilombolas – Conaq; e Rita Gomes do Nascimento.
André Lázaro falou sobre a importância da inclusão na Educação de Jovens e Adultos (EJA), e Liliane Garcez trouxe a relevância da educação inclusiva no sistema educacional. “Por que alguns têm direito à educação e outros não? Educação inclusiva é aquela que não deixa ninguém para trás, e tem que trabalhar em uma perspectiva inclusiva, assim como a EJA, quilombola, de campo, e assim por diante. O que eu posso fazer enquanto educadora para eliminar as barreiras que estão presentes na minha sala de aula?”.
Clarice Santos, representando a Educação do Campo, afirmou que o período de pandemia da covid-19 afetou mais alguns grupos do que outros, e impactou diretamente os mais vulneráveis. “A pandemia agravou ainda mais o quadro da negação de direitos e das desigualdades sociais, e mostrou que mesmo atingindo todos os seres humanos não afeta todas as pessoas da mesma maneira”.
Os participantes destacaram que ninguém pode ficar de fora da sala de aula, e que é preciso trabalhar de forma colaborativa. Antônio Crioulo ressaltou ainda que incluir a população que vive isolada, é um desafio ainda maior. “Para quem a educação foi pensada? Não foi para os diferentes, mas nós estamos aqui, e se estamos aqui sendo alvo dessa educação que não foi feita para os diferentes, precisamos discutir como nós, nas nossas diferenças, vamos ser parte desse todo. Trabalhar com os diferentes, com quem não tem o hábito social padrão é complicado, mas vocês têm um papel muito importante nesse processo que é de como discutir a inclusão desse povo no sistema educacional”. Crioulo citou ainda a importância de discutir os Projetos Políticos Pedagógicos com a sociedade e comunidade escolar. “O Projeto Político Pedagógico precisa ser construído junto com os educadores, com as escolas e comunidades. É preciso ouvir as nossas crianças e os nossos estudantes”.
Por fim, Rita Gomes do Nascimento abordou a Educação Escolar Indígena, e lembrou que é importante reconhecer a diversidade dentro da diversidade. “Por exemplo, a alimentação escolar todas as crianças têm direito, inclusive as indígenas, entretanto para esses povos eu tenho que olhar os hábitos alimentares de algumas comunidades, pois algumas têm hábitos alimentares semelhantes às comunidades urbanas, e outras diferentes. Todos têm os mesmos direitos, mas temos que olhar para as especificidades de cada um”, afirmou.
Educação Infantil
A educação infantil foi outro tema abordado durante o 9º Fórum Nacional, na mesa redonda O brincar e o cuidar dos nossos bebês e crianças. A mesa, composta por Vital Didonet, Especialista em educação infantil; Rita Coelho, Socióloga e membro do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (Mieib) e Beatriz Abuchaim, gerente de Conhecimento Aplicado da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, contou com a mediação da presidente da Undime Região Sul e Undime Santa Catarina, Patrícia Lueders, Dirigente Municipal de Educação de Blumenau/ SC.
O bate papo teve o objetivo de discutir, debater e ampliar o repertório da primeira infância no país. “Diversas ciências mostram como o brincar é fundamental para o desenvolvimento das crianças na primeira infância. O brincar tem a capacidade de promover o desenvolvimento pleno de cada criança, e por isso deve ser priorizado nas nossas creches e escolas” afirmou Beatriz Abuchaim.
A presidente da Undime SC ressaltou a importância dos ambientes na educação infantil para o desenvolvimento dos bebês e crianças. "Não dá para acharmos que a educação infantil acontece em uma sala de quatro paredes. Precisamos transformar os espaços em ambientes para os bebes e crianças". Patrícia lembrou ainda que, apesar de os municípios terem que complementar o valor do aluno nessa etapa de ensino, uma vez que os recursos repassados via Fundeb são insuficientes para arcar com os investimentos necessários, é importante pensar em alternativas que não estejam relacionadas a financiamento, por exemplo. Aproveitar os espaços, as ferramentas, os materiais e usar da criatividade para explorar as possibilidades são alternativas que devem ser consideradas, segundo ela.
A mesa redonda Educação Empreendedora abriu a programação desta quinta-feira (18). Participaram do debate Alexandre Guilherme, diretor substituto de Formação Docente e Valorização de Profissionais da Educação do Ministério da Educação e Higor dos Santos Santana, analista do Sebrae; e a mediação foi da suplente da presidência da Undime Ceará e presidente da Undime Ceará, Luiza Aurélia Costa dos Santos Teixeira, Dirigente Municipal de Educação de Crateús/ CE.
Confira a programação completa aqui https://forumnacionalundime2022.com.br/#programacao
9º Fórum Nacional Extraordinário dos Dirigentes Municipais de Educação
Data: 16 a 19 de agosto de 2022
Local: Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB) – Brasília/DF
Informações: https://forumnacionalundime2022.com.br/
Fonte: Undime
Título original: 9º Fórum Nacional Extraordinário promove debates sobre educação inclusiva e educação infantil